COP: proteção ambiental e luta indígena são indissociáveis, diz Fachin
O
presidente do Supremo Tribunal Federal (STF) e do Conselho Nacional de Justiça
(CNJ), ministro Edson Fachin, afirmou nesta quinta-feira (13) que o esforço de
proteção ambiental no Brasil é indissociável da luta dos povos indígenas.
“Eis
que a resistência e a existência dos povos indígenas em nosso território não
podem ser dissociadas da proteção ambiental”, enfatizou Fachin
A
fala do ministro ocorreu em discurso na 30ª Conferência das Nações Unidas sobre
Mudanças Climáticas (COP30), em Belém.
Fachin mencionou
a luta indígena ao enumerar decisões do Supremo em prol da proteção ao meio
ambiente. Ele incluiu na lista a decisão para desobstrução e desintrusão
de terras indígenas demarcadas, tomada em 2019 pelo plenário.
Atualmente,
o Supremo conduz um processo de conciliação contestado pelos principais representantes dos
grupos indígenas, com o objetivo de resolver o impasse em torno do marco
temporal das terras indígenas. A teoria prega que os povos originários só
teriam direito a permanecer em terras que efetivamente ocupassem no momento da
promulgação da Constituição, em 1988.
Acompanhe a cobertura completa da EBC na COP30
O
plenário do Supremo já julgou a ideia como inconstitucional, mas logo em
seguida o Congresso aprovou lei para instituir o marco temporal no país.
No lugar de novamente decidir sobre o assunto, o relator, ministro Gilmar
Mendes, optou pela conciliação, da qual participam dezenas de representantes de
órgãos dos três poderes.
Não
há estimativa clara de quando o processo deverá ser concluído nem quais serão
os resultados, já que as principais entidades representativas dos povos
indígenas, como a Articulação do Povos Indígenas do Brasil (Apib) se retiraram das discussões.
Direitos
humanos
No
discurso, Fachin observou ser um dever de todos proteger as mais variadas
formas de vida, mas salientou em especial “os direitos das populações atingidas
por eventos climáticos extremos, e também a defesa de defensores e defensoras
de direitos ambientais”.
Em
outro momento, o ministro defendeu “pensar de forma universal e agir
localmente” e afirmou que juízes e juízas são “guardiões dos direitos
ambientais e, portanto, dos direitos humanos”.
