Literatura infantil baiana inspira consciência ambiental às vésperas da COP 30

Conheça escritoras que têm a natureza como tema de seus livros

 

 

Em novembro, Belém sedia a COP30 para discutir o futuro do planeta com a crise climática. Fora das cúpulas é possível iniciar essas discussões ainda na infância, utilizando a literatura como forte aliada no processo de conscientização ambiental. As histórias não apenas educam, mas desenvolvem o olhar das crianças, o cuidado e a curiosidade para a proteção do planeta. As autoras baianas Carla ChastinetEmile Lima e Joelma Estela Queiroz – todas com foco em narrativas para as infâncias e agenciadas pelo Studio Palma - entendem bem a importância dessas discussões para as infâncias. Através do lúdico, escritoras estimulam consciência ecológica e o encantamento pela natureza.

 

Carla é bióloga, escritora, contadora de histórias e também a palhaça Coça-Coça. Autora do livro O Rio que sentia Cócegas, que aborda a importância da recuperação dos rios urbanos de forma divertida, e de Um mergulho muito curioso, onde as crianças são convidadas a conhecer o ambiente em que vivem. A protagonista embarca em uma aventura dos próprios desenhos para uma viagem em um mar limpo e cheio de vida. “Busco levar a temática da natureza e outros temas que me foram contados ao pé do ouvido, principalmente, através do humor. “Ser bióloga me deu a oportunidade de escutar histórias dos bichos , como Queixo de Cobra e Cãofissões de um gato, contadas, respectivamente por uma ratinha e um cão. Acredito que os livros são uma oportunidade para abrir diálogos necessários”, destaca a bióloga que, atualmente, tem 10 livros publicados.

 

Emile Lima é pedagoga, psicóloga e autora de quatro livros para as infâncias. Da união da sala de aula, set terapêutico e literatura, nasceram personagens que abordam com delicadeza questões emocionais dos pequenos leitores e que reverberam nos adultos também. Em Sari na Sapiranga, o protagonista é um sariguê. Nas interações de Sari com o ambiente, com outros animais, o marsupial vai aprendendo paciência, autoconhecimento, aceitação, valorização das diferenças e a importância da diversidade para a preservação da reserva onde vivem. “Quando observo a floresta, os rios, os animais da Sapiranga, ou de outros espaços da natureza, vejo se espelhar a complexidade da alma humana – especialmente da alma em formação, a das crianças”, explica Emile.

 

Assim como Emile, Joelma Estela Queiroz é pedagoga. E também neuropsicopedagoga, com atuação voltada para educação inclusiva. No livro O Renascer da Floresta aborda temas como diversidade, deficiência, ancestralidade e preservação. Através da história de Teça, uma indígena que nasceu com surdez, e de animais como a onça-pintada, a corujinha Filó, que precisam defender a sua comunidade das ameaças com a ajuda de Mapinguari, e do curupira, a pedagoga estimula a compreensão da lógica da natureza. “O Renascer da Floresta inspira e convoca os leitores mirins a se tornarem verdadeiros guardiões da natureza”, define Joelma que já soma sete livros publicados. Em Salvador na Fobica Voadora, a pedagoga faz um alerta sobre a importância do verde nos parques metropolitanos. “Eu apresento todos os parques metropolitanos da cidade de Salvador justamente com o intuito das crianças conhecerem esses espaços, que são resquícios da Mata Atlântica. A intenção é ir além do conhecimento, mas também valorizar o patrimônio da natureza e o cuidado, ao frequentar esses parques”, explica a escritora.

 

As obras literárias das autoras baianas - sempre com linguagem lúdica, ilustrações vibrantes e personagens que inspiram empatia e ação - tratam de temas como o respeito à natureza, o ciclo da água, o descarte correto do lixo e a importância da convivência harmônica entre seres humanos e a natureza. Os livros Um mergulho muito curiosoSari na Sapiranga e O Renascer da Floresta estão à venda em livrarias, na Amazon e no Instagram das autoras.

 

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