Seu Jorge faz história em Salvador com o Baile à La Baiana
Jau abriu a
noite em grande estilo e Magary Lord e Peu Meurray se uniram ao artista carioca
em uma celebração inesquecível de ritmo, amizade e ancestralidade
Salvador
viveu uma noite de pura celebração neste sábado, 18 de outubro. A Arena A
TARDE se transformou em um grande baile de emoções com o show Baile à La
Baiana, protagonizado por Seu Jorge ao lado dos baianos Magary
Lord e Peu Meurray, em uma apresentação marcada pela amizade, pela
cultura e pela força da música afro-brasileira. Para fazer jus ao novo projeto,
o artista fez os baianos e baianas “bailarem” do início ao fim, em um
espetáculo que uniu o Rio e a Bahia em perfeita sintonia. Antes da atração principal,
Jau abriu a noite com um show vibrante que colocou todos para dançar e
reafirmou o poder da música da Bahia. O show foi marcado por uma energia
coletiva e por momentos de pura comunhão entre artistas e plateia.
A
entrada de Seu Jorge no palco foi cercada de expectativa, e desde o primeiro
minuto o artista mostrou que a espera valeu a pena. De terno branco e óculos
escuros, ele surgiu dançando, regendo a banda e conduzindo as coreografias que
foram seguidas com entusiasmo pela plateia. Logo na abertura com Sábado à
Noite, bastou cantar o verso “tira a mão do bolso, negão” para que toda a
Arena se movesse em sintonia, transformando o espaço em um verdadeiro baile
coletivo.
No repertório, os
clássicos consagrados de sua carreira dividiram espaço com as faixas do novo
álbum, já conhecidas e cantadas pelo público. Entre elas, Lasqueira, Amor
de Canudinho e Dia de Mudança, que contam com a parceria de Magary,
e Sete Prazeres, Gente Boa se Atrai e Mudou Tudo, criadas
em conjunto com Peu Meurray.
O espetáculo que uniu o
Rio e Salvador
O Baile à La Baiana
nasceu do convívio e da sintonia entre Seu Jorge, Magary e Peu. O projeto, que
já virou álbum com onze faixas inéditas, mistura jongo, ijexá, samba-reggae e
sambalanço, e traz como essência o encontro entre o soul carioca e os ritmos da
Bahia. Na arena, essa fusão ganhou força com o público cantando sucessos como Mina
do Condomínio, Carolina, Burguesinha e Ela É Amiga da
Minha Mulher, intercalados com as novas composições Gente Boa Se Atrai
e Sábado à Noite.
Seu Jorge, que
recentemente recebeu o título de Cidadão Soteropolitano, fez questão de
reafirmar seu vínculo com Salvador. “Agora eu me sinto em casa, agora eu faço
parte”, declarou emocionado. O artista contou que o projeto nasceu do desejo de
dar maior visibilidade aos talentos baianos com quem construiu laços de amizade
e admiração. “Eu não me conformava que esses caras não eram conhecidos
nacionalmente como deveriam ser. Eles merecem o mundo. Magary e Peu são irmãos
que a música me deu, mas a nossa conexão vai muito além do palco. Essa parceria
é uma troca de vida e de cultura”, afirmou.
Ele revelou ainda que a
inspiração para o Baile à La Baiana também veio de sua relação com
outros artistas da Bahia, especialmente Margareth Menezes, ministra da Cultura.
“Esse show é um presente que venho cultivando ao longo dos anos, desde a
amizade com Margareth, que me deu a honra de cantar com ela na primeira vez que
vim a Salvador. Essa amizade de 15 anos e o carinho do público são motivos que
me fazem sempre voltar”, completou.
Magary Lord, criador do
black-semba e voz potente da nova geração da música preta baiana, comemorou o
retorno à capital. “Estávamos ansiosos para chegar em Salvador. Nossa ideia deu
super certo. É um baile dançante, feliz, colorido para a galera. Eu me diverti
demais e sei que o público também”, contou. Peu Meurray, percussionista e
artista plástico reconhecido por transformar pneus em instrumentos, reforçou o
caráter simbólico da parceria, que une arte, sustentabilidade e amizade.
Jau abriu a noite com
axé e emoção
Coube a Jau abrir a noite
e aquecer a plateia com seus grandes sucessos, espalhando alegria e baianidade.
Carismático e entregue, o cantor celebrou a nova casa de espetáculos da cidade.
“Adorei a casa. É mais uma opção para artistas locais e nacionais mostrarem seu
trabalho. Salvador precisava de um lugar assim”, afirmou. No repertório, Swing
do Abdômen, Minha Preta e outros clássicos fizeram o público dançar
e reforçaram o sentimento de pertencimento que marcaria toda a noite. Para Jau,
o encontro com Seu Jorge simboliza o fortalecimento da música afro-brasileira.
“É som de negão. Seu Jorge negão, eu negão. Ele tá com Magary Lord e Peu
Meurray também. Além de um encontro de amigos, é um fortalecimento da nossa
ancestralidade, da música de negão, da música afro, que a gente precisa fazer
melhor todos os dias para continuar no mercado”, comentou.
O Camarote Wine Lovers,
projeto da Diva Entretenimento, agregou ainda mais sofisticação à
experiência. Com uma carta especial de vinhos e vista privilegiada do palco, o
espaço foi elogiado pelo público. “É um diferencial incrível, principalmente
para quem quer curtir boa música com conforto”, comentou uma das convidadas.
Michel Cohen, idealizador do Wine Lovers, destacou o sucesso da parceria com a Íris
Produções. “Salvador pedia um lugar como a Arena A TARDE. Este é o início
de uma série de encontros que ainda vão render muitos frutos”, afirmou.
Um marco para a música
brasileira
Mais do que um espetáculo,
o Baile à La Baiana representou um movimento de afirmação e união entre
artistas negros que fazem da arte uma ferramenta de transformação. “É
significativo entender que estamos inspirando outras pessoas a se unirem em
prol da música. Que bom que esse percurso dos encontros veio para Salvador,
esse lugar de origem, ancestralidade e identidade”, disse Seu Jorge.
A resposta veio à altura.
Aplausos, sorrisos e coro coletivo marcaram uma noite de celebração que
consagrou Seu Jorge como parte da Bahia e consolidou a Arena A TARDE como o
novo coração da cena cultural de Salvador. Mesmo sendo apenas o segundo grande
espetáculo realizado no espaço, o evento mostrou que a casa já caiu no gosto
dos artistas e do público. A plateia, formada por pessoas de todas as idades,
lotou o local e destacou o conforto, a segurança e a excelente estrutura.
Fotos
Bruno Concha
