Câmara aprova isenção do IR para quem ganha até R$ 5 mil
A Câmara dos Deputados
aprovou nesta quarta (1º), com 493 votos favoráveis e nenhum contrário, o
texto-base do projeto de Lei (PL) 1.087/2025, que prevê isenção de Imposto de
Renda (IR) para pessoas físicas com renda mensal de até R$ 5 mil e
desconto para quem ganha até R$ 7.350 mensais.
A proposta, encaminhada
pelo governo federal, ainda terá que ser aprovada no Senado, antes da
sanção pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva para entrar em vigor.
A redução do IR foi uma
promessa de campanha de Lula em 2022. Enviado para a Câmara em março, o texto
foi aprovado em uma comissão especial que analisou o texto.
Atualmente, são isentos do
imposto quem ganha até R$ 3.036. O projeto determina que, em 2026, as
pessoas que ganham até R$ 5 mil, terão um desconto mensal de até R$ 312,89, de
modo que o imposto devido seja zero. Já quem ganha de R$ 5.000,01 até R$
7.350,00, o desconto será de R$ 978,62.
Segundo o governo, com a
aprovação da proposta, serão beneficiados com a isenção mais de 26,6
milhões de contribuintes, em 2026.
Após a aprovação unânime,
o presidente da Câmara, Hugo Motta (Republicanos-PB), destacou que a aprovação
é um dia histórico para o país e para o Parlamento.
"Aqui demonstramos
que quando o tema é o bem-estar das famílias brasileiras, não há lados,
nem divisões. É interesse do país acima de qualquer diferença",
disse. "A Câmara dos Deputados sabe ouvir, decidir e estar ao lado
do Brasil", acrescentou.
Para compensar a isenção,
cujo custo está estimado será de R$ 25,8 bilhões aos cofres públicos, o
projeto prevê a tributação das pessoas com rendimentos acima de R$ 600 mil por
ano, com uma alíquota progressiva de até 10%.
A alíquota máxima incidirá
para quem recebe anualmente a partir de R$ 1,2 milhão. Além disso, ela não será
aplicada para quem já paga a alíquota máximo do IR, que é de 27,5%.
Segundo o Ministério da
Fazenda, a medida atingirá cerca de 140 mil pessoas, 0,13% dos contribuintes,
que hoje pagam, em média, apenas 2,54% de Imposto de Renda.
O relator do projeto,
deputado Arthur Lira (PP-AL), estima que haverá uma sobra de R$ 12,7 bilhões
até 2027 com a taxação. Em seu parecer, Lira destinou esses recursos para
compensar a redução da alíquota da Contribuição sobre Bens e Serviços (CBS),
instituída pela Reforma Tributária.
“É importante ressaltar
que esse projeto vai atender diretamente a 15,5 milhões de pessoas no
país. Esse projeto é fruto de uma base de cálculo de quase R$ 227 bilhões, que
é apurado no imposto de renda no Brasil. E estamos discutindo uma renúncia de
receita, no primeiro ano de, R$ 25,4 bilhões, portanto 10% do valor total do
imposto de renda pago por todos os brasileiros”, disse.
“Esse projeto é muito
importante, milhões de brasileiros serão impactados com a redução imediata do
imposto de renda e com a redução para quem ganha entre R$ 5 mil e R$ 7 mil
e, ao mesmo tempo, um imposto mínimo que vai ser cobrado dos
super-ricos”, completou.
