HGCA registra 3.035 atendimentos e Motocicletas lideram ranking
Entre janeiro e agosto de
2025, o Hospital Geral Clériston Andrade (HGCA) registrou atendimento de 3.038
pacientes vítimas de acidentes de trânsito. Deste número, 80% dos casos
aconteceram em Feira de Santana. De acordo com a Polícia Rodoviária Federal (PRF),
em 2025 já foram registradas 11 mortes no trânsito apenas do Anel de Contorno
(BRs 116 e 324).
Em entrevista ao Acorda
Cidade, a coordenadora do Núcleo de Epidemiologia do Hospital Geral Clériston
Andrade, Ângela Carvalho, explicou que os dados computados dizem respeito a
atropelos de pedestre, acidentes envolvendo carros de pequeno e grande porte,
motocicletas e bicicletas. Apesar de alto, segundo ela, o número segue
equivalente ao do ano anterior, 2024, em que no total foram atendidos 5.070
pacientes.
Ângela explica que o foco
do hospital é atender urgências e emergências, por esse motivo, vítimas de toda
a região acabam sendo reguladas para a unidade.
“Alguns pacientes que não
estão graves, são atendidos pelo Samu, pela Polícia Rodoviária, ou pelo Dnit,
chegam aqui ao hospital e na entrada deles é feita uma triagem. Se esse
paciente está mais grave, ele vai para a sala vermelha. Se ele está menos grave
ele vai para a ortotrauma para fazer o acompanhamento e os procedimentos que
precisam ser feitos”, relatou.
De acordo com a
profissional, é notório que a imprudência interfira diretamente no número de
sinistros registrados. No hospital é possível notar um aumento dos casos
durante o fim de semana.
“A gente tem um aumento,
entre sexta à noite e domingo à tarde, o que está relacionado ao uso também de
bebida alcoólica. Usa bebida alcoólica e acha que está bem, e aí vai, sai de
moto ou sai de carro, só que os reflexos já estão diminuídos pelo uso da bebida
alcoólica. Então não consegue reagir de forma rápida a algum problema que
aconteça na via e aí se acidentam”.
Chama atenção, os números
de acidentes envolvendo motocicletas, que superam os acidentes com demais
veículos, tanto em quantidade, quanto em gravidade.
HGCA registra mais de 3
mil atendimentos de vítimas de acidentes de trânsito em 2025; ocorrências com
moto lideram ranking
“Acidentes de moto, que é
a nossa grande maioria, o que a gente percebe muito são os pacientes com
fratura, de perna, de costela, de braço, ou com traumatismo craniano, quando
principalmente aqueles que estão sem capacete ou que estão com capacetes inadequados”
Ângela destaca que a não
utilização do capacete está entre os principais agravantes dos acidentes que
acontecem na zona rural. Em Feira de Santana boa parte dos pacientes
acidentados utilizam a motocicleta como ferramenta de trabalho.
“A gente vê muito paciente
de zona rural que chega aqui com traumatismo craniano, porque eles não usam
capacete, eles não entendem que o capacete é para a segurança dele. Dentro da
cidade também tem muitos pacientes que chegam sem capacete, uma quantidade
grande também de trabalhadores, as pessoas que trabalham por aplicativo de
entrega ou de transporte de pessoas”, afirmou.
O alto número de acidentes
infelizmente compromete a ocupação dos leitos do HGCA. O motivo é que as
vítimas de acidente acabam demandando mais tempo de internação e recuperação.
Segundo a coordenadora, esse é um dos motivos que tem causado superlotação em
unidades hospitalares. Nos casos de traumatismo é comum que sejam necessárias
as cirurgias ortopédicas, e até mesmo antes de uma cirurgia, os exames
necessários podem demorar um pouco mais.
