Tribunal de Contas inicia fiscalização inédita sobre uso das emendas Pix na Bahia
Seguindo decisão do
Supremo Tribunal Federal (STF), o Tribunal de Contas do Estado da Bahia
(TCE-BA) iniciou uma auditoria para monitorar o uso das chamadas emendas Pix,
modalidade de repasse de recursos de deputados federais e senadores a estados e
municípios que dispensa convênios ou contratos.
De acordo com o TCE, a
análise vai abranger o período de 2022 a 2024 e será conduzida por equipes da
Secretaria de Controle Externo (Secex) e da 7ª Coordenadoria de Controle
Externo (CCE). O trabalho inclui análise documental, cruzamento de dados
públicos e, quando necessário, inspeções presenciais para verificar a aplicação
do dinheiro.
A iniciativa integra uma
ação nacional que reúne 29 tribunais de contas, articulada para fortalecer a
fiscalização de políticas públicas descentralizadas. O presidente do TCE-BA,
conselheiro Marcus Presidio, destacou que a medida busca garantir mais transparência
e eficiência no uso dos recursos. “Além de atender às exigências do STF, os
órgãos de controle devem verificar se esses dispêndios estão servindo, de fato,
para atender às necessidades das comunidades beneficiadas”, afirmou.
Para a gerente de
Auditoria do TCE-BA, Josimeire Leal de Oliveira, a fiscalização representa uma
oportunidade de examinar de perto o destino de um volume expressivo de verbas
públicas. “Essa fiscalização conjunta nos permite entender melhor como os governos
estão planejando e aplicando esse dinheiro, e se ele está realmente chegando
onde deveria”, disse.
As emendas Pix, por
dispensarem a apresentação de projetos prévios e a prestação de contas
imediata, oferecem maior liberdade de uso aos governos locais. Essa
flexibilidade, no entanto, tem gerado preocupação quanto à rastreabilidade e à
efetividade dos gastos, o que motivou a atuação inédita dos tribunais de
contas.
