Como a revolução tecnológica tem nos afetado?
A cobiçada área de
Tecnologia da Informação (TI) tem sido desejada por muitas pessoas que cogitam
fazer uma transição de carreira ou planejam incorporá-la à área em que já
atuam. Entre os jovens, cresce cada vez mais o interesse de trabalhar nessa
área.
O que muitas pessoas não
estão percebendo é que a TI já faz parte da grade curricular de muitas escolas
- do infantil ao ensino médio - com rótulos de aula maker, robótica, lógica de programação, pensamento computacional e
programação. Na faculdade, lógica de programação e programação estão na grade
de muitos cursos que não são considerados de TI.
A Inteligência Artificial
(IA) também tem despertado interesse, seja para saber como utilizá-la na
resolução de problemas cotidianos, seja para se manter competitivo no mundo
corporativo ou para compreender como será o futuro no mercado em que atua.
Diversos países consideram a IA indispensável na competitividade entre as
nações nas próximas décadas e estão incorporando a IA desde o ensino básico,
publicando instrumentos legais e programas de governo.
A UNESCO publicou
recentemente um framework de IA para
professores, oferecendo orientações que permitem que escolas e educadores
tenham direcionamentos relevantes na inclusão da IA nas grades curriculares a
curto prazo.
Observando com atenção, já
conseguimos perceber grandes diferenças na formação entre gerações em meio a
mudanças significativas em poucos anos. As crianças que hoje estão no infantil
chegarão ao fim do ensino médio com competências em desenvolvimento de sistemas
e IA como algo básico e não um diferencial competitivo. As gerações que estão
no ensino médio e faculdade tendem a ter a compreensão de que precisam
complementar algumas lacunas, principalmente sobre as competências relacionadas
à IA. As demais gerações estão tendo que se adaptar, o que tem causado uma
diversidade de sentimentos e atitudes.
Em meio a todas essas
mudanças, as incertezas e dificuldades em compreender como se preparar para o
mercado de trabalho, com o uso intenso de tecnologias capazes de fazer muitas
coisas, que até pouco tempo eram exclusivas do ser humano, têm comprometido a
saúde mental, pois são questões adicionais àquelas tantas outras com as quais já
convivemos.
Cabe a nós nos adaptarmos
ao novo contexto, nos apropriando de informações chave que permitam relacionar
o universo de informações que nos rodeiam e, aos poucos, ir montando este
enorme quebra-cabeça. As mudanças não aguardam o momento em que nos sentimos
preparados, mas oferecem sinais e oportunidades que não acontecem da noite para
o dia. Fique atento para não ignorar esses sinais.
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Igor Brandão é Analista de
Sistemas, responsável pela área de tecnologia da informação na Superintendência
de Estudos Econômicos e Sociais da Bahia.
