Restaurantes se tornam palco de histórias emocionantes no Dia dos Pais
Com expectativa de
crescimento no faturamento, setor aposta na tradição familiar e em experiências
afetivas para atrair o público
A tradição de almoçar fora
no segundo domingo de agosto vai muito além de uma simples refeição. Em todo o
Brasil, bares e restaurantes se transformam em cenário para reencontros,
declarações silenciosas de amor e memórias que atravessam gerações. O Dia dos
Pais é uma das datas mais movimentadas para o setor de alimentação fora do lar
— e, em muitos casos, também uma das mais emocionantes.
De acordo com levantamento
da Associação
Brasileira de Bares e Restaurantes (Abrasel), 76% dos estabelecimentos que
pretendem abrir na data esperam crescimento no faturamento em relação ao mesmo
período do ano passado. A maioria projeta uma alta entre 6% e 10%, com destaque
para casas que investem em ambientes acolhedores e menus afetivos.
Memória no prato, emoção
no ar
A Galeteria DuChiquinho,
em Natal (RN), é um exemplo emblemático de como os laços familiares podem se
estender até a mesa de um restaurante. Fundado em 1976, o espaço funcionou por
décadas como ponto de encontro entre pais, filhos, turistas e moradores da
cidade. O galeto assado virou marca registrada da casa — e também da infância
de muitos frequentadores.
Após 17 anos de portas
fechadas, o restaurante reabriu sob o comando de Thiago Machado, filho de um
grande amigo do fundador. Ele cresceu no balcão da casa, vivenciando os
domingos cheios ao lado do pai. “Reabrir não foi só um negócio, foi reviver
memórias. Cada cliente que chega com uma lembrança parecida me mostra que
estamos no caminho certo”, afirma.
Em uma dessas histórias,
um cliente se emocionou ao sentir o cheiro do galeto assando. Disse que o aroma
o levou de volta às pescarias com o pai, sempre finalizadas com um almoço na
Galeteria. “Ele me contou que o pai já havia falecido, mas que naquele momento
parecia estar ali de novo. Choramos juntos”, relata Thiago.
Tradição familiar, impacto
no setor
Thiago também é dono de
outro restaurante em Natal, mas é na Galeteria DuChiquinho que deposita maior
expectativa para este Dia dos Pais. A previsão é de crescimento de até 50% se
comparado a um domingo comum.
Segundo ele, não há
segredo mirabolante. O foco está em reforçar equipe, garantir insumos e manter
o padrão de sempre. “Não criamos cardápios especiais. A casa já lota
naturalmente. O que os clientes buscam é reviver memórias e dividir esse
momento com a família”, resume.
Esse tipo de estratégia
tem sido cada vez mais valorizado por empreendedores do setor, que veem nas
datas comemorativas não apenas uma oportunidade de aumentar o faturamento, mas
também de fidelizar o cliente por meio da experiência.
No fim, cada reserva feita
no Dia dos Pais é mais do que uma venda confirmada: é uma chance de se tornar
parte da história de uma família. São refeições que marcam gerações — e bares e
restaurantes que se tornam cenário de memórias que não se apagam.
