Deputada Carla Zambelli é conduzida ao presídio em Roma
O Ministério da Justiça da
Itália afirmou à reportagem que a audiência está marcada para esta sexta-feira
(1º). Também confirmou que ela foi levada para o presídio feminino de Rebibbia,
em Roma.
Nesse momento, Zambelli
será interrogada sobre se, diante da existência do mandado de prisão
internacional, gostaria de ser enviada espontaneamente para o Brasil, sem a
necessidade de um processo de extradição.
Se ela responder que não,
que se opõe à extradição e que pretende continuar na Itália, o juiz vai decidir
que tipo de medida cautelar ela deverá cumprir no país enquanto o processo de
extradição tramitar.
São três as
possibilidades: Zambelli pode continuar presa em penitenciária, ir para prisão
domiciliar ou aguardar em liberdade.
Em seguida, o processo de
extradição tem início de fato. “O Brasil precisa apresentar o pedido entre 40
dias. Depois, o Ministério da Justiça italiano envia a solicitação à Corte de
Apelação”, diz à reportagem o advogado Alexandro Maria Tirelli, especializado
em casos de extradição, inclusive entre Brasil e Itália.
Ainda que esse documento
já tenha sido entregue ao governo italiano em junho, segundo o embaixador do
Brasil em Roma, Renato Mosca, o processo só começa mesmo agora, após a prisão
de Zambelli.
Da Corte de Apelação sairá
a primeira decisão técnica sobre o pedido brasileiro. Alguns critérios devem
ser analisados pelo tribunal, como se a condenação é definitiva ou não
—Zambelli foi condenada definitivamente pelo STF (Supremo Tribunal Federal) em maio
e teve recurso rejeitado em junho— e se ela teve direito e se apresentou sua
defesa.
Em sua decisão, o tribunal
vai se basear principalmente no Tratado de Extradição assinado entre Brasil e
Itália, em vigor desde 1993.
Se a Corte de Apelação
decidir pela extradição, Zambelli pode recorrer da decisão na Corte de
Cassação, máxima instância do Judiciário italiano. Também aqui se trata de uma
decisão técnica.
Se a Corte de Cassação
mantiver a decisão pela extradição, o caso vai para o governo italiano, por
meio do Ministério da Justiça, que tomará uma decisão política, avaliando não
só o caso específico, mas também as relações diplomáticas entre os países.
