Lançamento do Plano Safra Bahia 2025/2026 reafirma protagonismo da agricultura familiar baiana no cenário nacional
Com foco na valorização da
cultura afro-brasileira e na formação cidadã dos estudantes, a Secretaria da
Educação do Estado da Bahia (SEC) realizou, nesta quarta-feira (23), a primeira
reunião do Comitê Gestor do Projeto Capoeira das Escolas: Movimento, Identidade
e Ancestralidade. O encontro aconteceu no auditório da SEC, no Centro
Administrativo da Bahia (CAB), reunindo representantes de órgãos públicos e
lideranças do movimento da capoeira. A iniciativa integra as ações da Lei Moa
do Katendê, regulamentada em 2024, que reconhece a capoeira como patrimônio e
garante sua presença nas escolas da rede estadual.
O Comitê Gestor é
composto, além da SEC, pela Secretaria de Cultura do Estado da Bahia (Secult),
pelo Instituto do Patrimônio Artístico e Cultural (IPAC), pelo Centro de
Culturas Populares e Identitárias (CCPI), pela Secretaria de Promoção da
Igualdade Racial e dos Povos e Comunidades Tradicionais (Sepromi), bem como por
representantes da Salvaguarda da Capoeira, mestres de Capoeira Angola e
Regional e por grupos e coletivos atuantes nos territórios. “A criação do
comitê nasce da regulamentação da Lei Moa do Katendê e se firma como uma ação
pioneira da educação pública da Bahia”, afirmou Neuber Leite Costa, da
Coordenação de Educação Antirracista da SEC. “Estamos implementando um projeto
que articula educação, cultura e ancestralidade com base em uma perspectiva
afrocentrada”, acrescentou.
Educação, identidade e
reparação
Durante a reunião, foi realizada uma apresentação dos integrantes do Comitê e
discutidas as estratégias de fortalecimento das ações nas escolas.
Representando a Sepromi, a chefe de gabinete Daniele Costa reforçou a
importância da articulação interinstitucional. “A criação do comitê é resultado
da luta histórica do movimento da capoeira e do compromisso do Estado em
atender a uma demanda de reparação”, destacou. Para ela, o momento marca uma
virada de chave na implementação de políticas públicas que valorizam as
culturas negras e tradicionais.
Já presente em cerca de
600 escolas e com mais de 14 mil estudantes beneficiados, o projeto Capoeira
das Escolas oferece oficinas educativas, capacitação de oficineiros,
distribuição de instrumentos musicais e festivais de capoeira. Cada escola
recebeu um aporte de, aproximadamente, R$ 2.400 para aquisição dos chamados
kits ginga, compostos por berimbau, atabaque, pandeiro, agogô, caxixi,
reco-reco e dobrão. As aulas promovem o desenvolvimento motor, cognitivo e
social, ao mesmo tempo em que integram conteúdos sobre a história da capoeira e
a trajetória de Moa do Katendê.
Fundamentado em uma
proposta pedagógica afrocentrada, o projeto também serve como ferramenta para a
implementação das leis nº 10.639/2003 e nº 11.645/2008, que tornam obrigatório
o ensino da história e cultura afro-brasileira e indígena nas escolas. A proposta
busca ampliar a consciência crítica dos estudantes sobre racismo, sexismo e
outras formas de discriminação, valorizando a diversidade e o protagonismo das
culturas negras. Ao unir tradição, educação e identidade, a Bahia reafirma seu
papel na preservação e difusão da capoeira como patrimônio vivo.
