PEC que renegocia dívidas dos municípios avança na Câmara e é aprovada em 1° turno no Senado
Considerada uma das pautas
mais importantes do movimento municipalista nos últimos anos, a Proposta de
Emenda à Constituição (PEC) 66/2023 teve grande avanço no Congresso Nacional
esta semana, graças à mobilização articulada pela União dos Municípios da Bahia
(UPB), à atuação determinada de prefeitas e prefeitos baianos e ao apoio
fundamental da bancada federal da Bahia. A proposta, que renegocia dívidas dos
municípios, foi aprovada em dois turnos na Câmara dos Deputados na última
terça-feira (15) e quarta-feira (16) em primeiro turno no Senado Federal.
A PEC propõe medidas que
trarão alívio fiscal significativo às administrações municipais, com economia
de recursos e desvinculação de receitas da ordem de R$ 50,8 bilhões,
incluindo o parcelamento das dívidas previdenciárias em até 300 meses, com
limite de 1% da Receita Corrente Líquida e no regime de pagamento de
precatórios. De acordo com o presidente da UPB, Wilson Cardoso, que é prefeito
de Andaraí, a medida representa um marco na luta por justiça fiscal e
equilíbrio financeiro das prefeituras, permitindo mais investimentos em áreas
como saúde, educação e infraestrutura.
Cardoso teve atuação
decisiva em momento crítico da tramitação da proposta na Câmara. O gestor
articulou um acordo para retirar a emenda 5 do texto, destravando a votação do
relatório na comissão especial e garantindo sua rápida apreciação em plenário.
“Caminhamos para uma grande vitória do municipalismo. Essa PEC liberta os
municípios e garante mais previsibilidade fiscal para organizar o orçamento”,
afirmou Cardoso.
Outro fator essencial para
o avanço da proposta foi o apoio expressivo da bancada federal da Bahia, que
atuou a favor dos municípios. A deputada federal Lídice da Mata (PSB),
coordenadora da bancada baiana, e os deputados baianos membros da comissão especial
tiveram papel de destaque nesse processo, coordenando a articulação com
parlamentares de outros estados e contribuindo de forma decisiva para a
aprovação do texto em tempo recorde na Câmara.
No Senado, o protagonismo
baiano seguiu evidente. O relator da proposta, senador Jaques Wagner (PT-BA),
conduziu a aprovação da matéria em primeiro turno com elogios à mobilização dos
prefeitos e à articulação da UPB, liderada por Wilson Cardoso. Wagner destacou
que a PEC traz regularidade fiscal e condições para que os municípios voltem a
acessar transferências da União e financiamentos públicos.
O presidente do Senado,
Davi Alcolumbre (União-AP), anunciou que o segundo turno de votação está
incluído na ordem do dia e será realizada na primeira quinzena de agosto, logo
após o recesso parlamentar. A mobilização da UPB integra um esforço nacional liderado
pela Confederação Nacional de Municípios (CNM), com associações municipalistas
de todo o Brasil.
