Senado derruba decretos do presidente governo sobre aumento do IOF
O Senado aprovou, em
votação simbólica nesta quarta-feira (25), o projeto que susta os decretos do
governo federal relacionados ao aumento do Imposto sobre Operações Financeiras
(IOF). Com a decisão, as normas editadas pelo Executivo perdem a validade e voltam
a vigorar as regras anteriores sobre a cobrança do tributo.
O texto foi relatado pelo
senador Izalci Lucas (PL-DF), que manteve a versão aprovada pela Câmara dos
Deputados horas antes. A votação foi alvo de críticas de senadores da base
governista, como Jaques Wagner (PT-BA) e Randolfe Rodrigues (PT-AP), além da bancada
do PT e do líder do PDT, Weverton Rocha (MA), que votaram contra a proposta.
A iniciativa susta três
decretos do governo, editados desde maio, que aumentaram as alíquotas do IOF. O
projeto foi analisado de forma conjunta com outras 36 proposições semelhantes,
a maioria de autoria da oposição. O último decreto sobre o tema previa uma
arrecadação de R$ 10 bilhões com o imposto em 2025, valor inferior aos cerca de
R$ 20 bilhões estimados inicialmente.
Após a votação, o
presidente do Congresso Nacional, senador Davi Alcolumbre (União-AP), destacou
o papel do Legislativo nas negociações com o governo. “É sim uma derrota para o
governo, mas foi construída a várias mãos”, afirmou. Segundo ele, a iniciativa
do Executivo “começou mal” e precisa ser melhor debatida com o Parlamento. “É
hora de pararmos, conversarmos mais, construirmos as convergências do que é
necessário para o Brasil”, disse.
O senador Jaques Wagner
informou que pretende discutir com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT)
a possibilidade de judicializar a medida. “Acabou de ser votado, ainda não
conversei com o presidente. A decisão dele seguramente não será tomada hoje.
Provavelmente amanhã a gente se reúne e vamos ver qual linha será adotada”,
afirmou.
