Inema autoriza demolição de Terreiro de candomblé em Salvador
O Terreiro Ilê Axé Oya Onira’D
que estava localizado no Parque Pituaçu, em Salvador, foi demolido pelo
Instituto de Meio Ambiente e Recursos Hídricos (Inema), na segunda-feira (9).
Nesta terça-feira (10), as famílias que moram no local estão sem ter para onde
ir.
Conforme divulgado pelo
órgão, o terreiro estava irregular e ocupava uma área delimitada de proteção
ambiental, mas conforme relatos dos filhos de santo do Ilê Axé Oya Onira'D
afirmam que a demolição aconteceu sem aviso prévio.
A ialorixá Naiara de Oya, falou
que terreiro tinha sua instalação no local há oito anos e tinha todas as documentações
e compra e venda da área. Ela afirmou que mostrou o documento de compra e venda
foi apresentado ao órgão desde que foi notificado sobre a demolição do local.
Eles alegaram que a
demolição aconteceu sem aviso prévio, e foram surpreendidos ao chegarem no
local e encontrarem os objetos sagrados do terreiro do lado de fora da
construção.
Naiara ainda detalhou que a
retirada dos objetos precisa de todo um trâmite, e possuem o momento certo de
serem remanejados, alegando que houve desrespeito do órgão com a ancestralidade
do povo do terreiro.
Segundo o conselheiro do
Parque Pituaçu, Gabas Machado, a situação será denunciada ao Ministério Público
da Bahia (MP-BA) e à Delegacia de Crimes Raciais e Religiosos.
Por meio de nota, o Inema
afirmou que o imóvel contava com irregularidades em uma Área de Proteção
Permanente (APP), e que apresentava riscos de contaminação do solo, descarte
irregular de resíduos e uso indevido de recursos naturais.
Segundo o órgão, que
acompanha a situação desde dezembro de 2024, uma notificação extrajudicial foi
emitida em janeiro de 2025, om um pedido de desocupação voluntária da área. O
inema justificou que a demolição era necessária para a preservação ambiental de
fragmentos urbanos de mata atlântica em Salvador.
Junto ao Inema,
participaram da demolição a Casa Civil, a Secretaria de Administração do Estado
da Bahia (Saeb), Secretaria do Meio Ambiente (Sema), Secretaria de Promoção da
Igualdade Racial (Sepromi), Companhia de Desenvolvimento Urbano do Estado da Bahia
(Conder), Polícia Militar da Bahia e a Procuradoria Geral do Estado (PGE).
