Alexandre de Moraes decreta prisão de Carla Zambelli
Moraes determinou
ainda o bloqueio dos passaportes (inclusive o diplomático) e do salário de
deputada e de qualquer outra verba de gabinete paga pela Câmara. Os recursos
serão destinados ao pagamento das multas impostas pela condenação por invasão ao
sistema eletrônico do Conselho Nacional de Justiça (CNJ).
Por determinação do
ministro, todos os bens e contas da parlamentar também deverão ser bloqueados,
incluindo contas bancárias, móveis e imóveis registrados em nome de Zambelli.
Além disso, as empresas responsáveis têm duas horas. a partir do momento da notificação.
para bloquear o acesso aos perfis da deputada no X; Facebook; Instagram;
YouTube; Tik Tok; LinkedIn; Telegram e GETTR.
Se, mesmo com o bloqueio,
Zambelli seguir publicando textos ou vídeos que reiterem condutas criminosas,
estará sujeita a ser multada em R$ 50 mil/dia, mesmo que as postagens a ela
atribuídas sejam divulgadas nas redes sociais de outras pessoas.
Moraes também determinou
que a Polícia Federal tome as providências necessárias para que o nome
de Carla Zambelli seja incluído na lista da Interpol, bem como informe o
atual paradeiro da deputada para que sua extradição seja solicitada às
autoridades do respectivo país.
A decisão de Moraes atende
ao pedido da Procuradoria-Geral da República (PGR) feito nesta terça-feira (3).
Para Moraes, a decretação da prisão está plenamente justificada, já que
Zambelli deixou o Brasil semanas após a Primeira Turma do STF condená-la a dez anos de prisão.
“Carla Zambelli anunciou
[nesta terça-feira] que, após a condenação por esta Suprema Corte, se evadiu do
distrito da culpa, fugindo do território nacional e que vai 'voltar a ser
a Carla que era antes das amarras que essa ditadura nos impôs'”, apontou
Moraes, em sua sentença.
O ministro
destacou que, na entrevista que concedeu ao canal AuriVerde Brasil, do
YouTube, a própria deputada anunciou ter transferido suas redes sociais para o
nome de sua mãe – como forma de tentar burlar um eventual bloqueio dos canais
que, segundo Moraes, ela pretendia utilizar para “voltar a propagar notícias
fraudulentas acerca do processo eleitoral no Brasil".
Zambelli foi condenada
pela Primeira Turma do STF por invadir o sistema eletrônico do Conselho
Nacional de Justiça (CNJ), com o auxílio do hacker Walter Delgatti, condenado a
8 anos e 3 meses de prisão no mesmo processo.
No mesmo inquérito, a
Primeira Turma também condenou Zambelli à perda do mandato parlamentar após
esgotados todos os recursos possíveis. A previsão é que os embargos de
declaração que a deputada e Delgatti apresentaram sejam julgados entre esta
sexta-feira (6) e o próximo dia 13. Se a sentença for mantida, além de serem
presos, os dois terão que pagar R$ 2 milhões em danos morais coletivos.
A deputada também responde
a outro processo criminal no STF, no qual figura como ré por ter sacado uma
arma de fogo em plena luz do dia e, junto com seguranças e assessores, ter
perseguido o jornalista Luan Araújo. O episódio ocorreu às vésperas do segundo
turno das eleições de 2022 e foi citado pela parlamentar durante a live desta
manhã.
Outro lado
Em nota, a deputada Carla
Zambelli afirma que decisão de a prisão é ilegal, inconstitucional e
autoritária.
Segundo ela, esse tipo de
medida não poderia ser feita de forma monocrática.
"Nossa Constituição é
clara: um deputado federal só pode ser preso em flagrante e por crime
inafiançável. Nada disso ocorreu. Ainda assim, um único ministro decidiu, de
forma monocrática, rasgar o devido processo legal, ignorar a imunidade
parlamentar e violentar a democracia."
Ela critica ainda os
bloqueios das contas de Instagram do seu filho João Zambelli e de sua mãe,
Rita Zambelli, que é pré-candidata a deputada federal.
A deputada afirma que
denunciará o que chama de perseguição em fóruns internacionais.
