Jogador Bruno Henrique depõe ao STJD sobre suposto esquema de apostas
O atacante Bruno Henrique,
do Flamengo, prestou depoimento nesta quinta-feira (29) ao Superior Tribunal de
Justiça Desportiva (STJD) no âmbito de um inquérito que apura sua suposta
participação em um esquema de apostas relacionado à aplicação de cartões em
jogos de futebol. Segundo informações do Estadão, o jogador também foi
indiciado pela Polícia Federal (PF) por estelionato e fraude em competição
esportiva.
Inicialmente convocado
para prestar esclarecimentos na segunda-feira (26), Bruno Henrique não
compareceu, alegando compromissos com o treino no CT Ninho do Urubu. Após a
partida do Flamengo contra o Deportivo Táchira pela Libertadores, disputada na
noite de quarta-feira (28), o atacante finalmente compareceu à audiência nesta
quinta-feira.
Conforme revelado pelo
inquérito, familiares de Bruno Henrique teriam realizado apostas que resultaram
em altos retornos financeiros. O irmão do atleta, Wander, apostou R$ 380,86 e
obteve R$ 1.180,67 de lucro. A cunhada e a prima do jogador também teriam
realizado apostas semelhantes em diferentes plataformas.
Segundo apuração o
Estadão, a Polícia Federal analisou 3.989 mensagens trocadas pelo WhatsApp no
celular do jogador. Embora muitas conversas tenham sido apagadas — o que, para
os investigadores, pode indicar tentativa de ocultação de provas —, o conteúdo
recuperado do aparelho do irmão de Bruno Henrique incluiria diálogos que
sugerem a participação direta do atleta.
Além de Bruno Henrique e
seu irmão, foram indiciadas Ludymilla Araujo Lima (cunhada) e Poliana Ester
Nunes Cardoso (prima). O Ministério Público do Distrito Federal e Territórios
(MP-DFT), que analisa o inquérito da PF, decidirá se oferece denúncia formal à
Justiça comum. Um pedido da defesa pelo arquivamento do caso foi encaminhado à
7ª Vara Criminal, mas aguarda parecer do MP.
Na esfera esportiva, o
STJD determinou que o auditor Maxwell Borges de Moura Vieira conduza a
investigação e apresente relatório conclusivo até 6 de junho. Apesar da
gravidade das acusações, o Estadão aponta que a possibilidade de banimento é
considerada remota, ocorrendo apenas em caso de reincidência ou se for
comprovado que o jogador atuou como aliciador. Caso condenado, Bruno Henrique
pode ser suspenso por até dois anos.
A defesa do atleta nega
qualquer envolvimento e criticou a divulgação de mensagens do inquérito. Em
nota divulgada à imprensa, os advogados destacam que Bruno Henrique “nunca
esteve envolvido em esquemas de apostas” e defende, inclusive, “mais restrições”
ao setor.