Temas sobre desastres ambientais, crime organizado, autocomposição e tecnologia marcam o segundo dia do Congresso do MPBA

Os debates do segundo dia
do Congresso Estadual do Ministério Público da Bahia (MPBA), realizado nesta
quarta-feira (29), refletiram sobre o papel do MP como instituição dinâmica,
moderna e voltada à resolutividade. Da resposta a desastres ambientais ao uso
de inteligência artificial, os painéis apresentados ao longo da programação
abordaram os desafios contemporâneos e as inovações que se colocam ao
Ministério Público do presente e do futuro.
O primeiro painel da manhã
discutiu a atuação do Ministério Público diante de grandes desastres naturais,
com mediação do coordenador do Centro de Apoio Operacional do Meio Ambiente do
MPBA (Ceama), promotor de Justiça Augusto César Matos. A promotora de Justiça
do MP do Rio Grande do Sul Ximena Ferreira relatou a experiência do Gabinete de
Estudos Climáticos (GabClima), instalado em Porto Alegre após as fortes
enchentes que devastaram o estado em setembro de 2023, e defendeu uma atuação
rápida, articulada e resolutiva por parte do MP. O superintendente do Iphan na
Bahia, Hermano Guanaes Queiroz, destacou a importância de considerar o
patrimônio cultural como vítima em situações de desastre.
No segundo painel, o
enfrentamento ao crime organizado foi o tema central, sob coordenação do
promotor de Justiça Luiz Neto, coordenador do Grupo de Atuação Especial de
Combate ao Crime Organizado (Gaeco) baiano. O promotor de Justiça do MP da
Paraíba Alberto Cartaxo alertou para a nova estratégia de infiltração das
facções, que passam a cooptar servidores públicos de base, como conselheiros
tutelares e agentes de saúde. O delegado federal Pancho Rivas abordou questões
operacionais das operações ‘Fraternos’ e ‘Faroeste’ como referência no combate
à corrupção.
Pela tarde, as
experiências dos Centros de Autocomposição (Compor) dos MPs da Bahia e de Minas
Gerais foram apresentadas em painel mediado pela promotora de Justiça Rita
Tourinho. A promotora Karinny Peixoto, coordenadora do Compor baiano, destacou
que em pouco mais de 100 dias de funcionamento, o centro firmou 34 acordos,
refletindo a efetividade do modelo. Ela destacou que a negociação é uma
ferramenta fundamental para o MP exercer seu papel constitucional, sendo agora,
como solucionador de conflitos, uma porta de saída das demandas sociais com
resolução e segurança jurídica. O ex-procurador-geral de Justiça de Minas
Gerais Jarbas Soares Jr., idealizador do Compor, defendeu que o acordo é a
palavra-chave do MP do futuro, que já se constrói no presente com base no
diálogo.