A Caravana da Ciência, iniciativa do Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação (MCTI) chega a Salvador
Caravana da Ciência,
iniciativa do Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação (MCTI) que vai
percorrer todos os estados brasileiros promovendo a popularização da ciência,
teve início nesta segunda-feira (19), em Salvador (BA). O lançamento foi
marcado pelo anúncio de um investimento conjunto de R$ 67,3 milhões em ações de
ciência, tecnologia e educação científica voltadas especialmente para a
juventude baiana — com destaque para o programa Mais Ciência na Escola, que
formará a maior rede de popularização da ciência do país. A abertura aconteceu
na Universidade do Estado da Bahia (Uneb).
A ministra do MCTI, Luciana Santos, participou da cerimônia ao lado do
governador da Bahia, Jerônimo Rodrigues, e de representantes de instituições de
ensino e pesquisa. Para a ministra, as ações anunciadas marcam um novo ciclo de
desenvolvimento científico com foco na inclusão.
“Hoje é um dia muito especial. Porque o que estamos fazendo aqui, junto com o
governo da Bahia, é histórico. Estamos assinando um conjunto de ações de
popularização da ciência, que somam R$ 67,3 milhões. Desse valor, R$ 44,4
milhões são do nosso ministério e R$ 22,9 milhões são do Governo da Bahia. É
uma das maiores entregas do país nessa área. E essa é uma construção coletiva”,
ressaltou.
Com investimento de R$ 18 milhões do MCTI e mais R$ 3 milhões do governo da
Bahia, o Mais Ciência na Escola vai atender 180 escolas e beneficiar
diretamente 1.800 estudantes e 180 professores em mais de 100 municípios. A
proposta abrange escolas de tempo integral, quilombolas, indígenas, do campo e
com baixos indicadores sociais, priorizando a equidade e a diversidade
regional. Os clubes de ciência, estruturados dentro das unidades escolares,
funcionarão como laboratórios de conhecimento e transformação social, com
trilhas maker, ações afirmativas e enfoque em temáticas como sustentabilidade,
saúde e combate à desinformação.
“O investimento na educação científica é estratégico para o futuro do país.
Estamos mobilizando universidades, institutos, secretarias e comunidades
inteiras para fazer da ciência uma linguagem comum e acessível”, explicou
Luciana. Segundo ela, as políticas públicas de popularização da ciência são
também uma resposta à negação da ciência que marcou períodos recentes do país.
O governador da Bahia, Jerônimo Rodrigues, ressaltou o simbolismo da abertura
da Caravana da Ciência em Salvador, destacando a presença de universidades e o
protagonismo da educação básica. “Temos duas imagens aqui hoje: uma foi a
imagem das universidades, e a outra imagem foi aquela ali fora, onde a educação
do ensino médio e do ensino fundamental dirigiram as experiências para nós. Por
mim, eu poderia ficar naquela imagem para a caravana ter acontecido. É para
isso que nós estamos aqui”, disse.
Para o secretário de Ciência e Tecnologia da Bahia, André Joazeiro, a
popularização da ciência é uma ferramenta de transformação para a juventude. “A
popularização da ciência é isso, é mostrar que vocês são capazes de fazer, que
ciência não é lugar só para homem, nem só para branco, nem só para gênio, não
precisa ser genial para fazer ciência”, pontuou.
O secretário de Ciência e Tecnologia para o Desenvolvimento Social do MCTI,
Inácio Arruda, destacou o papel transformador da educação científica nas
escolas públicas. “Esse investimento é o investimento na confiança do nosso
povo. Nós apostamos nos nossos professores e na nossa gurizada do ensino médio,
que junto com os monitores e universitários, constroem um caminho vitorioso
para o Brasil — e esse caminho é o da ciência”
A professora Fernanda
Brito celebrou o reconhecimento aos educadores da rede pública e compartilhou a
homenagem com colegas de trajetória. “Eu não estou aqui falando só por
Fernanda, estou falando [...] por tantos colegas que são guerreiros. Estamos
aqui nos sentindo valorizados. A escola é lugar de fazer ciência, o educar pela
pesquisa é possível. Eu estou emocionada”.
O impacto direto das ações
pôde ser testemunhado por estudantes como Sara Moura Cruz, que integra um dos
clubes de ciência. “Minha vida como estudante mudou totalmente. Conheci a praia
e viajei de avião pela primeira vez graças aos projetos. Isso tudo me mostrou
que o estado, a cidade e minha família vibram por mim. O recado que deixo é:
professores, invistam nos seus alunos. Isso transforma vidas”, contou.
