Governo brasileiro repudia declarações do presidente da Conmebol
O Governo Brasileiro emitiu,
nesta terça-feira (18), uma nota repudiando a declaração do presidente da
Confederação Sul-Americana de Futebol (Conmebol), Alejandro Dominguez, de que
uma Copa Libertadores sem a presença de equipes brasileiras seria como “Tarzan
sem Chita”.
“O Governo Brasileiro
repudia, nos mais fortes termos, as declarações do Presidente da Confederação
Sul-Americana de Futebol [Conmebol], Alejandro Dominguez, na noite de ontem, 17
de março, em entrevista à imprensa após cerimônia de sorteio da fase de grupos
dos torneios promovidos por aquela entidade. As declarações ocorrem em contexto
em que as autoridades da Conmebol têm reiteradamente falhado em adotar
providências efetivas para prevenir e evitar a repetição de atos de racismo em
partidas por ela organizadas, incluindo medidas para combater a impunidade e
promover a responsabilização dos responsáveis”, diz a nota assinada pelo
Ministério do Esporte, pelo Ministério da Igualdade Racial e pelo Ministério
das Relações Exteriores.
“O Governo Brasileiro exorta
a Conmebol e as Federações Nacionais de Futebol da América do Sul a atuarem
decisivamente para coibir e reprimir atos de racismo, discriminação e
intolerância, promover políticas de igualdade racial e compartilhar conhecimento
e boas práticas para ampliar o acesso de pessoas afrodescendentes, imigrantes e
outros grupos vulneráveis ao esporte. O Governo Brasileiro reitera seu
compromisso com iniciativas de combate ao racismo e de promoção da igualdade
racial, inclusive medidas contra qualquer tipo de discriminação nas diferentes
modalidades de esportes”, concluiu a nota.
Pedido de desculpas
Após o sorteio dos grupos da
Copa Libertadores, realizado na noite da última segunda-feira (17) na sede da
Conmebol no Paraguai, Domínguez foi perguntado por um jornalista se ele
imaginava uma Libertadores sem times brasileiros.
“Seria como o Tarzan sem a
Chita, impossível”, respondeu o dirigente com uma risada.
Pouco antes, o dirigente
paraguaio havia dito em um discurso para o público convidado para o evento que
o racismo era um flagelo que afetava o futebol e que sua organização
continuaria a aplicar sanções para que “toda expressão racista tivesse uma
consequência real”.
“Quero expressar minhas
desculpas. A expressão que usei é uma frase popular e nunca tive a intenção de
menosprezar ou desqualificar ninguém”, disse Domínguez nesta terça-feira em uma
declaração na rede social X.
“A Conmebol Libertadores é
impensável sem a participação dos clubes dos 10 países-membros […]. Reafirmo
meu compromisso de continuar trabalhando por um futebol mais justo, unido e sem
discriminação”, acrescentou.
A controvérsia envolvendo
Domínguez ocorre dias após a Conmebol sancionar o clube paraguaio Cerro Porteño
por insultos e gestos racistas contra o atacante do Palmeiras Luighi Hanri em
uma partida da Copa Libertadores Sub-20.
Após o jogo, a presidente do
Palmeiras, Leila Pereira, disse aos repórteres que, se a Conmebol não
respeitasse o futebol brasileiro, o Brasil deveria pensar em entrar para a
Confederação das Associações de Futebol da América do Norte, Central e Caribe
(Concacaf).
