Hospital Aliança Star da rede Dor é referencia em Neuro navegação
 
                                Um paciente diagnosticado com
glioblastoma multiforme, um tumor cerebral maligno e muito agressivo, foi
submetido a procedimento cirúrgico recentemente, no hospital Aliança Star, da
Rede D’Or. O procedimento, exitoso, durou cerca de quatro horas. 
Torcedor do Bahia, o paciente
de 44 anos, casado e pai de uma filha, foi despertado pela equipe médica
durante a cirurgia para que fossem monitorados seus níveis de consciência. Uma
das suas iniciativas foi cantar o hino do seu time, em plena sala de cirurgia,
momento registrado e publicado por ele em suas redes sociais. O perfil oficial
do Esporte Clube Bahia repostou a publicação, assim como outros torcedores. 
O diagnóstico de câncer foi
dado quatro anos antes e o paciente já havia realizado duas cirurgias nesse
período. No entanto, recentemente, o tumor voltou a crescer, apresentando
elevado risco e demonstrando a necessidade de nova cirurgia.
Neuro navegação
“A cirurgia utilizou uma
tecnologia de neuro navegação, que permite uma ressecção mais precisa do tumor.
Foi utilizado também um microscópio de última geração e toda a estrutura de
ponta do centro cirúrgico do Aliança Star, o mais moderno do Estado”, explica o
anestesista Gustavo França, coordenador do Centro Cirúrgico do Aliança Star e
um dos médicos que participaram da operação.
“O procedimento foi feito com
uma técnica anestésica desafiadora, que incluiu a necessidade de despertar o
paciente no intraoperatório para que a ressecção do tumor fosse feita também
com a segurança da monitorização do nível de consciência, através de testes de
raciocínio e de motricidade. Áreas nobres eram estimuladas e testes eram
feitos, evitando-se assim que tecido cerebral nobre e saudável fosse
ressecado”, diz. 
Esse foi o momento em que o
paciente pode fazer pequenos movimentos e cantar o hino do Bahia. “Permitir
esse despertar faz com que se possa ressecar o tumor de forma mais ampla,
reduzindo-se os riscos de sequelas ao se preservar as funções cerebrais monitoradas
com o auxílio do próprio paciente”, completa França.
Vantagem
“A grande vantagem desse
método é a remoção do máximo de doença possível com o mínimo ou nenhum dano
adicional”, observa o médico Carlos Bastos, cirurgião principal neste caso. 
Ele cita que desde 1800 foram
realizadas várias tentativas de cirurgias com pacientes acordados e que há,
aproximadamente, 50 anos, foi desenvolvida a técnica de cirurgia com o paciente
acordado para tratamento cirúrgico de pacientes com epilepsia.
“Na década de 90, essa
técnica foi utilizada para cirurgias dos gliomas intracranianos e outros
tumores. O princípio básico é remover a maior quantidade de lesão com o menor
déficit possível restabelecendo o paciente a uma vida funcionalmente normal”,
diz.
Incomum
Segundo o médico Gustavo
França, embora não seja inédita, a técnica é incomum e utilizada em casos
pontuais, representando sempre um desafio para toda a equipe. Os profissionais
responsáveis foram o médico Carlos Bastos, cirurgião principal, e os anestesistas
Gustavo França e Fabiano Amaral. No total, a equipe que atuou diretamente na
cirurgia foi composta por três anestesistas, dois neurocirurgiões, um médico
neurofisiologista, uma fonoaudióloga, além de enfermeiras e técnicos. 
Na opinião de França, a
tecnologia de ponta do hospital Aliança Star faz a diferença em casos complexos
como esse. “Conta a favor ter um ambiente equipado com itens como neuro
navegação e microscópio de última geração, além de equipe médica e de enfermagem
altamente qualificada. Importante também mencionar o parque de imagens, com
equipamento de ressonância de alta qualidade e uma UTI de ponta para o
pós-operatório”, enumerou.
O paciente se recuperou bem e
teve alta após quatro dias de internação. Após a cirurgia, vai continuar em
tratamento oncológico com quimioterapia e provável radioterapia. 
Experiência
O paciente escreveu em suas
redes sociais mensagem falando sobre a experiência. “Durante um dos momentos
mais desafiadores da minha vida, enfrentando uma cirurgia no cérebro por causa
do glioblastoma, eu estava acordado e escolhi honrar o meu time, declarando meu
amor ao esquadrão de aço ali mesmo no centro cirúrgico.”
                
 
                     